Notificação e Subnotificação em Saúde: O Abismo Invisível que Afeta as Estatísticas no Brasil

Subnotificação em Saúde: A Doença Invisível que Sabota o Controle de Epidemias no Brasil

11/05/2025

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No papel, o Brasil possui um dos sistemas de vigilância epidemiológica mais abrangentes do mundo. Mas na prática, existe um abismo silencioso que compromete a qualidade dos dados e, consequentemente, a tomada de decisões em saúde pública: a subnotificação. Saber o que está (ou não está) sendo informado oficialmente é essencial para entender o real cenário de doenças no país.

O Que É Notificação em Saúde e Por Que Ela É Tão Importante?

A notificação de doenças é o ato de registrar oficialmente a ocorrência de determinadas condições de saúde, conforme exigido por normativas do Ministério da Saúde. As doenças de notificação compulsória devem ser comunicadas obrigatoriamente às autoridades sanitárias, seja por médicos, hospitais, laboratórios ou clínicas.

Essas notificações alimentam sistemas como o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), e são fundamentais para:

  • Monitorar surtos e epidemias;

  • Direcionar campanhas de vacinação e controle;

  • Planejar recursos públicos;

  • Avaliar o impacto de políticas de saúde.

O Problema da Subnotificação: O Que Não Se Vê, Não Se Combate

A subnotificação ocorre quando uma condição de saúde não é registrada oficialmente, apesar de estar presente na população. Isso gera distorções estatísticas graves, principalmente em doenças negligenciadas, infecções virais, intoxicações, acidentes de trabalho e agravos relacionados à violência.

Principais causas da subnotificação:

  • Falta de conhecimento técnico sobre a obrigatoriedade da notificação;

  • Medo de represálias ou processos judiciais;

  • Despreparo ou sobrecarga da equipe de saúde;

  • Sistemas manuais ou mal integrados;

  • Descrença na eficácia da notificação por parte dos profissionais.

Consequências da Subnotificação nas Políticas de Saúde Pública

Quando os dados são incompletos ou imprecisos, os gestores não conseguem dimensionar corretamente a realidade. Isso gera:

  • Subestimação de epidemias (ex: dengue, leptospirose, COVID-19);

  • Falta de insumos e vacinas nas regiões realmente afetadas;

  • Redução de verbas para programas que parecem "desnecessários";

  • Falhas na vigilância e resposta tardia a surtos.

Em muitos casos, a realidade epidemiológica é muito mais grave do que os boletins oficiais sugerem.

Casos Icônicos de Subnotificação no Brasil

  • COVID-19 (2020–2021): falhas em testes, ausência de notificações de óbitos domiciliares e mortes suspeitas;

  • Leptospirose: frequentemente confundida com dengue e não notificada corretamente;

  • Violência contra a mulher e crianças: muitos profissionais deixam de notificar por medo ou desconhecimento legal.

Como Enfrentar o Abismo da Subnotificação?

Algumas medidas importantes para reverter o cenário incluem:

  • Capacitação contínua dos profissionais de saúde sobre doenças de notificação compulsória;

  • Automatização e integração de sistemas laboratoriais com plataformas como e-SUS e SINAN;

  • Fortalecimento da cultura de vigilância ativa nas unidades de saúde;

  • Garantia de anonimato e proteção legal para quem notifica;

  • Incentivo à notificação laboratorial mesmo em casos suspeitos.

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Notificação X Subnotificação: Um abismo em estatísticas