Adrenocromo: da substância psicodélica ao mito da fonte da juventude

O que é o adrenocromo?

O adrenocromo é um composto químico resultante da oxidação da adrenalina (epinefrina), com fórmula molecular C₉H₉NO₃. Ele aparece naturalmente no organismo e também pode ser sintetizado em laboratório usando substâncias como o óxido de prata. Em solução, apresenta coloração rosada, e pode oxidar-se ainda mais formando pigmentos de melanina marrom ou preta.

História e pesquisas científicas

Nas décadas de 1950 a 1970, o adrenocromo foi objeto de estudos por pesquisadores como Abram Hoffer e Humphry Osmond, que propuseram a chamada hipótese do adrenocromo, sugerindo que o composto poderia estar relacionado à esquizofrenia e outros distúrbios mentais. Eles chegaram a especular que megadoses de vitamina C e niacina poderiam neutralizar seus efeitos. No entanto, esses estudos foram criticados por deficiências metodológicas e não foram replicados. Hoje, essa hipótese é amplamente desacreditada.

Sabe-se que o adrenocromo pode ser produzido como um intermediário no processo de formação da neuromelanina, sendo parcialmente desintoxicado por uma enzima chamada glutationa-S-transferase. Também não está associado a nenhum uso médico aprovado, sendo considerado de pouca utilidade prática.

Na cultura popular e nas teorias conspiratórias

O adrenocromo ganhou notoriedade na cultura pop em obras como The Doors of Perception (1954), de Aldous Huxley, e Fear and Loathing in Las Vegas (1971), de Hunter S. Thompson. No último, um personagem menciona que "a única fonte disso... são as glândulas de adrenalina de um corpo humano vivo", o que alimentou o mito de uma substância psicodélica extraída de forma macabra.

Esse enredo fictício acabou sendo adotado por teorias conspiratórias, especialmente ligadas ao QAnon e ao movimento Pizzagate. Segundo os boatos, elites poderosas estariam extraindo adrenocromo do sangue de crianças torturadas como uma forma de prolongar a juventude – uma narrativa desmentida por completo pela ciência.

Por que o mito persiste?

Artigos como os publicados na Wired demonstram que, apesar de infundadas, tais teorias se espalham com rapidez em comunidades fechadas nas redes sociais. O conceito de “viralidade oculta” explica como conteúdos conspiratórios dominam nichos online antes de serem moderados ou desmentidos.

Resumo

✨ Descubra os fatos por trás do mito do adrenocromo

• Entenda o que é realmente essa substância.

• Conheça as pesquisas científicas que desmistificam seu uso.

• Saiba por que ela virou alvo de teorias conspiratórias.

• Separe a ciência da ficção e mantenha-se bem informado.

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