Anemia Falciforme: A Doença que Muda a Forma das Células e a Vida de Milhares de Brasileiros

O Que é Anemia Falciforme?

A anemia falciforme é uma doença genética hereditária, caracterizada pela produção anormal da hemoglobina, chamada hemoglobina S (HbS). Essa mutação faz com que os glóbulos vermelhos assumam o formato de foice (falciforme), dificultando sua passagem pelos vasos sanguíneos e comprometendo a oxigenação dos tecidos.

Essa deformação celular não apenas reduz a vida útil dos eritrócitos (de cerca de 120 dias para apenas 10 a 20 dias), como também gera crises de dor intensa, episódios de isquemia e outras complicações potencialmente graves.

Como se Herda a Anemia Falciforme?

A doença é mais comum em pessoas que possuem origem africana, mas também pode afetar indivíduos de outras etnias. Ela é transmitida de forma autossômica recessiva, ou seja:

• A pessoa com traço falciforme (apenas um gene alterado) não desenvolve a doença, mas pode transmiti-la.

• A pessoa com os dois genes alterados (um de cada genitor) é considerada portadora da anemia falciforme.

Sinais e Sintomas Mais Comuns

Os sintomas geralmente surgem nos primeiros anos de vida e podem se intensificar com o tempo. Os mais comuns incluem:

• Crises de dor (crises falciformes);

• Fadiga e palidez;

• Icterícia (pele e olhos amarelados);

• Inchaço em mãos e pés (principalmente em crianças);

• Infecções frequentes;

• Atraso no crescimento e puberdade;

• Complicações cardíacas, pulmonares e neurológicas em casos graves

Diagnóstico: Quanto Mais Cedo, Melhor

O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais como:

• Teste do Pezinho (triagem neonatal);

• Eletroforese de hemoglobina;

• Hemograma;

• Testes genéticos, quando necessários

Identificar a doença precocemente é essencial para iniciar o acompanhamento médico e reduzir os riscos de complicações.

Tratamento e Cuidados

Ainda não existe cura definitiva para a anemia falciforme (exceto em casos selecionados com transplante de medula óssea), mas o tratamento visa prevenir e controlar sintomas e crises:

• Suplementação com ácido fólico;

• Uso de hidroxiureia (aumenta a produção de hemoglobina fetal);

• Transfusões sanguíneas regulares;

• Hidratação constante;

• Controle rigoroso de infecções;

• Vacinação e acompanhamento multidisciplinar

O Impacto Social e Psicológico

Além do impacto físico, a anemia falciforme afeta a qualidade de vida, escolarização e relações sociais do paciente. Dor crônica, ausências escolares e hospitalizações frequentes exigem apoio psicológico e acolhimento familiar e social.

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