Ansiedade: quando o excesso de medicação pode levar a tentativas de suicídio
Riscos da automedicação, polifarmácia e a importância do acompanhamento em saúde mental
18/12/2025
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A ansidade é um dos transtornos mentais mais prevalentes no mundo e, quando não tratada de forma adequada, pode evoluir para quadros graves. Entre os desfechos mais preocupantes estão o uso excessivo de medicamentos, a automedicação, a polifarmácia e, em situações extremas, a tentativa de suicídio.
Esse cenário não é raro e revela falhas importantes no acompanhamento clínico, na comunicação entre profissionais de saúde e no acesso a tratamento psicológico contínuo.
Quando a ansiedade deixa de ser um sintoma e vira risco
A ansiedade patológica vai muito além do nervosismo cotidiano. Ela pode se manifestar com:
insônia persistente;
crises de pânico;
sensação constante de ameaça;
sintomas físicos intensos;
pensamentos intrusivos e desesperança.
Sem acompanhamento adequado, o paciente pode buscar alívio rápido por meio de medicações ansiolíticas, antidepressivos ou hipnóticos, muitas vezes em doses inadequadas ou sem prescrição.
O perigo do excesso de medicação na ansiedade
O uso indiscriminado de psicofármacos pode levar a:
tolerância e dependência;
efeito rebote de ansiedade;
sedação excessiva;
prejuízo cognitivo;
risco aumentado de intoxicação medicamentosa.
Em pacientes vulneráveis, esse contexto pode favorecer comportamentos autolesivos ou tentativas de suicídio, especialmente quando há acesso fácil a grandes quantidades de medicamentos.
Polifarmácia e falta de acompanhamento: combinação perigosa
Muitos pacientes com ansiedade acabam:
sendo atendidos por múltiplos profissionais sem integração;
usando medicamentos prescritos em momentos diferentes;
misturando fármacos por conta própria;
ajustando doses sem orientação.
A ausência de seguimento psiquiátrico e psicológico contínuo aumenta o risco de erros terapêuticos e de desfechos graves.
Tentativa de suicídio: um sinal de alerta máximo
A tentativa de suicídio não é um “pedido de atenção”, mas um sinal de sofrimento extremo. Em muitos casos, ela está associada a:
transtornos de ansiedade graves;
depressão não diagnosticada;
uso inadequado de medicamentos;
falta de rede de apoio;
estigma em buscar ajuda.
Reconhecer precocemente esses fatores é essencial para prevenção.
O papel dos profissionais de saúde e dos serviços
A prevenção passa por ações integradas:
prescrição responsável de psicofármacos;
monitoramento de efeitos colaterais;
orientação clara sobre uso de medicamentos;
acesso à psicoterapia;
escuta ativa do paciente;
redução do estigma em saúde mental.
Laboratórios, farmácias, médicos e equipes multiprofissionais também têm papel importante ao identificar sinais de risco e orientar corretamente o paciente.
Em Síntese
A ansiedade mal conduzida, associada ao excesso de medicação, pode levar a consequências graves, incluindo tentativas de suicídio. Tratar saúde mental exige mais do que prescrever remédios: exige acompanhamento, diálogo, integração e cuidado contínuo.
Buscar ajuda não é fraqueza. É proteção à vida.
📌 Cuidar da saúde mental é prioridade
✔ Nunca se automedique ou ajuste doses por conta própria.
✔ Procure acompanhamento médico e psicológico regular.
✔ Observe sinais de alerta em você ou em pessoas próximas.
✔ Fale sobre saúde mental sem tabu — informação salva vidas.
✔ Em situações de risco, procure imediatamente um serviço de saúde ou apoio especializado.
👉 Se você ou alguém próximo estiver em sofrimento emocional intenso, busque ajuda profissional imediatamente.
📚 Fontes e referências confiáveis
Organização Mundial da Saúde (OMS) — Suicide worldwide in the 21st century; Mental Health Action Plan.
Ministério da Saúde – Brasil — Saúde Mental e Prevenção do Suicídio; Política Nacional de Saúde Mental.
CDC – Centers for Disease Control and Prevention — Suicide prevention and risk factors.
UpToDate — Generalized anxiety disorder: Management; Suicide risk assessment.
Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) — Diretrizes para o manejo da ansiedade e prevenção do suicídio.
CVV – Centro de Valorização da Vida — Apoio emocional e prevenção do suicídio (Brasil).
📞 Brasil – CVV: 188 (24h, gratuito).

