Assédio Moral no Hospital: Como Identificar, Registrar e Proceder da Forma Correta
Entenda como reconhecer o assédio moral no ambiente hospitalar, quais provas reunir e quais órgãos procurar para garantir proteção e apoio
06/11/2025
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O assédio moral no ambiente hospitalar é uma realidade frequente, porém muitas vezes silenciosa. Ele pode ocorrer entre colegas de trabalho, chefias, residentes, preceptores, estudantes e até entre profissionais de diferentes setores.
Trata-se de uma série de atitudes repetitivas que humilham, desrespeitam ou desqualificam um profissional, afetando sua saúde mental, desempenho e segurança no trabalho.
Reconhecer o assédio moral e saber como agir é essencial para proteger sua integridade emocional, ética profissional e carreira.
🎯 Como reconhecer o assédio moral no hospital
Alguns comportamentos podem indicar assédio:
Broncas públicas e humilhações regulares;
Ironias, sarcasmo e desprezo constantes;
Atribuição de tarefas impossíveis ou incompatíveis com o cargo;
Isolamento ou exclusão deliberada de reuniões e discussões;
Difamação, ameaças ou chantagens hierárquicas;
Retaliações quando o profissional questiona condutas.
O assédio é caracterizado pela repetição e pela intenção de desestabilizar a vítima.
📋 Como proceder na prática
1. Documente tudo
Registre datas, horários e nomes envolvidos;
Guarde mensagens, e-mails, prints, áudios e testemunhas;
Isso será essencial caso seja necessário formalizar a denúncia.
2. Evite confronto direto
A discussão pode agravar o quadro ou ser usada contra você.
Mantenha profissionalismo e neutralidade.
3. Procure apoio interno
Dependendo da instituição, você pode buscar:
Núcleo de Gestão de Pessoas / RH;
Ouvidoria;
Comissão de Ética Médica / Enfermagem / Biomédica;
Diretoria clínica ou técnica.
4. Busque suporte psicológico
Assédio moral afeta:
Sono;
Humor;
Autoestima;
Desempenho profissional.
Acolhimento é parte do cuidado consigo.
5. Se necessário, formalize denúncia externa
Ministério Público do Trabalho (MPT);
Sindicato da categoria;
Conselho Profissional (CRM, COREN, CRBM, etc.).
No Brasil, assédio moral pode configurar Dano Moral, previsto no Código Civil e na CLT.
🧠 Assédio moral não é “frescura” — é risco ocupacional
Além do sofrimento psicológico, o assédio aumenta:
Erros assistenciais;
Burnout;
Rotatividade das equipes;
Perda de qualidade na assistência ao paciente.
Ambientes saudáveis cuidam de quem cuida.
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Fontes:
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: data.
BRASIL. Ministério Público do Trabalho (MPT). Cartilha: Assédio Moral no Trabalho. Brasília, 2023. Disponível em: https://www.mpt.mp.br/. Acesso em: data.
SANTOS, H. M.; ALMEIDA, A. R. Assédio moral entre profissionais de saúde: impacto psicológico e ético. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 47, p. 1–12, 2022. DOI: 10.1590/2317-636900012-22.
SILVA, L. S.; MACHADO, J. P. Ambiente hospitalar e sofrimento psíquico: relações de poder e assédio moral. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 245–260, 2022.
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM (COFEN). Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Resolução COFEN 564/2017. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/. Acesso em: data.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM). Código de Ética Médica. Resolução CFM 2.217/2018. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/. Acesso em: data.

