Benzedeiras, Parteiras e Plantas Medicinais: Entre a Medicina Popular e a Falta de Acesso à Saúde Pública no Brasil
No interior do Brasil, práticas como as benzedeiras, o uso de plantas curadas e a atuação de parteiras tradicionais fazem parte da cultura popular. Mas por trás do misticismo, essas práticas revelam um cenário de acesso limitado aos serviços públicos de saúde, onde a medicina natural se tornou alternativa diante da ausência de assistência médica adequada
03/06/2025
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🌿 Herança cultural ou consequência da exclusão?
No interior do Brasil, figuras como benzedeiras, parteiras e raizeiras ainda exercem um papel central no cuidado da saúde — especialmente em comunidades rurais, ribeirinhas e indígenas. Mas o que muitos enxergam apenas como tradição ou misticismo, na verdade, também revela um cenário persistente de negligência e escassez de acesso à saúde pública.
🏥 A ausência do SUS onde ele é mais necessário
Em diversas regiões afastadas dos grandes centros urbanos, a população sofre com longas distâncias até postos de saúde, falta de médicos, interrupção de medicamentos básicos e estrutura hospitalar precária ou inexistente. Nesse vazio assistencial, a população recorre ao saber popular como única forma de cuidado disponível.
👵 Benzedeiras: o alívio pela fé e pelo toque
As benzedeiras são, muitas vezes, mulheres mais velhas da comunidade, que utilizam orações, ramos de plantas e rituais transmitidos oralmente para tratar desde "quebranto" até dores de cabeça, cólicas, estresse e insônia.
Embora tenham forte carga simbólica, esses rituais muitas vezes atuam como acolhimento emocional e psicológico, especialmente onde não há acesso a psicólogos ou atendimento básico.
🌱 Plantas medicinais: entre o conhecimento empírico e o risco ambiental
O uso de ervas curativas também é parte do repertório terapêutico dessas comunidades. Folhas, cascas, raízes e infusões são preparadas para tratar feridas, infecções, dores musculares e até problemas respiratórios.
Entretanto, a coleta excessiva ou sem critério científico pode afetar a biodiversidade local e expor a população a riscos, especialmente quando usada sem diagnóstico adequado ou em combinação com medicamentos industrializados.
🪶O Ato de “Curar” Plantas com Cachaça e Água de Carne: Entre o Sagrado, o Místico e a Proteção Espiritual no Lar
No interior do Brasil, práticas como “curar” plantas com cachaça, água de sangue de carne ou defumações específicas são comuns em rituais de proteção espiritual. Espécies como jiboínha, tamba-tajá e comigo-ninguém-pode são preparadas para se tornarem mais do que simples plantas ornamentais: tornam-se entidades místicas e guardiãs da casa.
De acordo com a tradição popular, ao serem curadas, essas plantas incorporam forças espirituais e podem se manifestar como índios, caboclos, jiboias ou entidades protetoras, atuando como escudo energético contra o mal, inveja e doenças espirituais.
👩🍼 Parteiras: quando nascer é um desafio geográfico
As parteiras continuam sendo referência em locais onde o pré-natal falha ou sequer chega. Elas acompanham gestações inteiras, fazem o parto em casa e ajudam no puerpério. Muitas são experientes e cuidadosas, mas não contam com materiais estéreis, acesso a exames ou suporte emergencial, o que pode resultar em complicações evitáveis para mãe e bebê.
🎯 Respeitar a cultura, sem romantizar a exclusão
É fundamental valorizar os saberes populares e suas contribuições para a identidade cultural brasileira. No entanto, é igualmente importante entender que a presença dessas práticas não substitui o dever do Estado de garantir saúde pública, equidade no SUS e presença contínua de profissionais nas áreas mais remotas.
✅ Em Síntese
A existência de benzedeiras, parteiras e curandeiras não é apenas uma herança do passado — é também um sintoma atual da invisibilidade social de comunidades inteiras.
Promover saúde no Brasil profundo exige diálogo com a cultura local, mas também exige investimento, acesso, prevenção e presença efetiva do sistema público.
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