Colecistectomia: Quais os Achados Laboratoriais Mais Comuns Antes e Após a Cirurgia?
Alterações nos Exames Laboratoriais Antes e Depois da Colecistectomia: Como Interpretar os Resultados e Identificar Complicações
14/06/2025
3 min ler


A colecistectomia, procedimento cirúrgico para remoção da vesícula biliar, é uma das cirurgias mais comuns no campo da gastroenterologia. Seja por colelitíase, colecistite aguda, ou outras doenças biliares, o sucesso da abordagem cirúrgica depende de um diagnóstico preciso e de um monitoramento laboratorial eficiente no pré e pós-operatório.
Antes da Colecistectomia: Exames Laboratoriais Fundamentais
Os exames laboratoriais têm papel essencial no diagnóstico e na avaliação do risco cirúrgico. Antes da colecistectomia, alguns marcadores bioquímicos e hematológicos costumam apresentar alterações típicas:
Hemograma
Leucocitose com desvio à esquerda: Indicativo de infecção, muito comum em casos de colecistite aguda;
Plaquetas: Normalmente dentro dos parâmetros, mas em infecções mais graves podem sofrer alterações.
Marcadores Inflamatórios
PCR (Proteína C Reativa): Geralmente elevada em casos inflamatórios, sendo útil para avaliar a gravidade da infecção;
VHS (Velocidade de Hemossedimentação): Outro marcador inflamatório que pode estar alterado.
Função Hepática e Colestase
Bilirrubinas totais e frações: Podem estar elevadas se houver obstrução biliar;
Fosfatase Alcalina e GGT: São as enzimas mais sensíveis em casos de colestase;
TGO e TGP: Podem se elevar, especialmente se houver obstrução prolongada ou hepatite associada.
Função Pancreática
Amilase e Lipase: Solicitação indicada se houver suspeita de pancreatite biliar, condição que pode coexistir com a colecistopatia.
Pós-Colecistectomia: Alterações Laboratoriais Esperadas
Após a cirurgia, o corpo passa por um processo inflamatório fisiológico devido ao trauma tecidual. No entanto, é essencial diferenciar alterações normais de sinais de complicações.
Hemograma Pós-Operatório
Leucocitose fisiológica: Nas primeiras 24 a 48 horas, pode haver um aumento discreto nos leucócitos, considerado normal após cirurgia;
Anemia discreta: Se houver pequena perda sanguínea durante o procedimento.
Enzimas Hepáticas
Transaminases (TGO e TGP): Uma elevação leve e transitória pode ocorrer, especialmente após a manipulação hepática durante a cirurgia;
Bilirrubinas: Geralmente normalizam rapidamente, a menos que haja complicações como lesão de via biliar.
Marcadores Inflamatórios
PCR: Normalmente alta nas primeiras 48-72 horas e reduz progressivamente se não houver complicações.
Distúrbios Hidroeletrolíticos
Sódio e Potássio: Pequenas alterações podem ocorrer devido à reposição de fluidos no intra e pós-operatório;
Função Renal: Monitorada principalmente em pacientes com histórico de doença renal ou em casos de desidratação.
Alterações de Alerta: Quando Suspeitar de Complicações?
Alguns achados laboratoriais podem sinalizar complicações pós-operatórias:
Importância do Monitoramento Laboratorial
O acompanhamento dos exames laboratoriais é fundamental tanto para avaliar a resposta do paciente à cirurgia quanto para detectar precocemente qualquer intercorrência que possa comprometer a recuperação.
Recomenda-se:
✅ Monitoramento diário nas primeiras 48-72 horas.
✅ Exames específicos caso haja alteração clínica.
✅ Avaliação conjunta com exames de imagem se houver suspeita de complicações.
Em Síntese
A interpretação adequada dos achados laboratoriais na colecistectomia é essencial para o sucesso terapêutico. Um olhar atento aos detalhes do hemograma, função hepática e marcadores inflamatórios pode fazer a diferença entre uma recuperação tranquila e a necessidade de intervenções adicionais.
📚 Aprofunde seus conhecimentos!
Descubra as diferenças, indicações e técnicas da cirurgia de vesícula com o livro "Colecistectomia Convencional e Laparoscópica: Abordagem Cirúrgica".
Da inflamação à recuperação: o que os exames de sangue revelam antes e depois da colecistectomia

