Colecistectomia: Quais os Achados Laboratoriais Mais Comuns Antes e Após a Cirurgia?

Alterações nos Exames Laboratoriais Antes e Depois da Colecistectomia: Como Interpretar os Resultados e Identificar Complicações

14/06/2025

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A colecistectomia, procedimento cirúrgico para remoção da vesícula biliar, é uma das cirurgias mais comuns no campo da gastroenterologia. Seja por colelitíase, colecistite aguda, ou outras doenças biliares, o sucesso da abordagem cirúrgica depende de um diagnóstico preciso e de um monitoramento laboratorial eficiente no pré e pós-operatório.

Antes da Colecistectomia: Exames Laboratoriais Fundamentais

Os exames laboratoriais têm papel essencial no diagnóstico e na avaliação do risco cirúrgico. Antes da colecistectomia, alguns marcadores bioquímicos e hematológicos costumam apresentar alterações típicas:

Hemograma

  • Leucocitose com desvio à esquerda: Indicativo de infecção, muito comum em casos de colecistite aguda;

  • Plaquetas: Normalmente dentro dos parâmetros, mas em infecções mais graves podem sofrer alterações.

Marcadores Inflamatórios

  • PCR (Proteína C Reativa): Geralmente elevada em casos inflamatórios, sendo útil para avaliar a gravidade da infecção;

  • VHS (Velocidade de Hemossedimentação): Outro marcador inflamatório que pode estar alterado.

Função Hepática e Colestase

  • Bilirrubinas totais e frações: Podem estar elevadas se houver obstrução biliar;

  • Fosfatase Alcalina e GGT: São as enzimas mais sensíveis em casos de colestase;

  • TGO e TGP: Podem se elevar, especialmente se houver obstrução prolongada ou hepatite associada.

Função Pancreática

  • Amilase e Lipase: Solicitação indicada se houver suspeita de pancreatite biliar, condição que pode coexistir com a colecistopatia.

Pós-Colecistectomia: Alterações Laboratoriais Esperadas

Após a cirurgia, o corpo passa por um processo inflamatório fisiológico devido ao trauma tecidual. No entanto, é essencial diferenciar alterações normais de sinais de complicações.

Hemograma Pós-Operatório

  • Leucocitose fisiológica: Nas primeiras 24 a 48 horas, pode haver um aumento discreto nos leucócitos, considerado normal após cirurgia;

  • Anemia discreta: Se houver pequena perda sanguínea durante o procedimento.

Enzimas Hepáticas

  • Transaminases (TGO e TGP): Uma elevação leve e transitória pode ocorrer, especialmente após a manipulação hepática durante a cirurgia;

  • Bilirrubinas: Geralmente normalizam rapidamente, a menos que haja complicações como lesão de via biliar.

Marcadores Inflamatórios

  • PCR: Normalmente alta nas primeiras 48-72 horas e reduz progressivamente se não houver complicações.

Distúrbios Hidroeletrolíticos

  • Sódio e Potássio: Pequenas alterações podem ocorrer devido à reposição de fluidos no intra e pós-operatório;

  • Função Renal: Monitorada principalmente em pacientes com histórico de doença renal ou em casos de desidratação.

Alterações de Alerta: Quando Suspeitar de Complicações?

Alguns achados laboratoriais podem sinalizar complicações pós-operatórias:

Importância do Monitoramento Laboratorial

O acompanhamento dos exames laboratoriais é fundamental tanto para avaliar a resposta do paciente à cirurgia quanto para detectar precocemente qualquer intercorrência que possa comprometer a recuperação.

Recomenda-se:
✅ Monitoramento diário nas primeiras 48-72 horas.
✅ Exames específicos caso haja alteração clínica.
✅ Avaliação conjunta com exames de imagem se houver suspeita de complicações.

Em Síntese

A interpretação adequada dos achados laboratoriais na colecistectomia é essencial para o sucesso terapêutico. Um olhar atento aos detalhes do hemograma, função hepática e marcadores inflamatórios pode fazer a diferença entre uma recuperação tranquila e a necessidade de intervenções adicionais.

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