Cromatógrafo gasoso: como o metanol é identificado nas análises laboratoriais
Entenda como a cromatografia gasosa detecta metanol com precisão e salva vidas na urgência clínica
16/11/2025
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A análise por cromatografia gasosa (GC) é um dos métodos mais precisos para identificar compostos voláteis no sangue, especialmente em casos graves de intoxicação. Entre esses compostos, o metanol merece destaque por seu alto potencial tóxico e pela evolução silenciosa que coloca pacientes em risco.
Quando o quadro clínico não explica o ânion gap elevado, o GC entra como ferramenta decisiva para confirmar ou descartar a presença de álcool tóxico — muitas vezes salvando a vida do paciente.
🧬 O que é o cromatógrafo gasoso e por que ele detecta metanol?
O cromatógrafo gasoso separa compostos presentes em uma amostra com base em seu comportamento químico e ponto de ebulição.
O metanol é ideal para esta análise porque:
é altamente volátil;
possui assinatura química específica;
permite detecção rápida em pequenas concentrações.
Por esse motivo, o GC é considerado o padrão ouro para identificação de metanol e outros álcoois tóxicos (etanol, etilenoglicol e isopropanol).
🩺 Quando suspeitar de intoxicação por metanol
A suspeita aumenta quando o paciente apresenta:
Acidose metabólica com ânion gap aumentado;
Rebaixamento do nível de consciência;
Distúrbios visuais (“visão em neve”, cegueira súbita);
Dor abdominal intensa;
História de ingestão de bebida artesanal ou solventes.
Quando o laboratório identifica um ânion gap ≥ 20 mEq/L, especialmente sem explicação clínica, o GC deve ser solicitado imediatamente.
🧪 GC + Ânion Gap: a dupla que fecha o diagnóstico
A confirmação da intoxicação por metanol segue um raciocínio clássico:
Ânion gap muito elevado → forte suspeita;
Gasometria com acidose severa;
Cromatografia gasosa positiva → diagnóstico confirmado.
O GC não apenas identifica o metanol, como também quantifica o nível de exposição, orientando condutas como:
antídotos (fomepizol ou etanol terapêutico);
hemodiálise;
monitoramento intensivo.
🚨 Por que confiar no GC nesses casos?
Porque ele entrega:
Alta sensibilidade (detecta concentrações muito baixas);
Altíssima especificidade;
Rápida resposta em emergências;
Detecção simultânea de outros tóxicos.
Sem GC, muitos casos evoluiriam como “acidose de causa desconhecida”.
📌 Em Síntese
A cromatografia gasosa é fundamental para o diagnóstico de intoxicação por metanol, especialmente em cenários onde os achados laboratoriais levantam suspeitas, mas não garantem a confirmação.
Quando o GC fala, o diagnóstico deixa de ser hipótese — e se torna ação imediata.
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📚 Fonte
NESAN, Ricardo. Gasometria: Tudo que Nunca te Contaram. Canva, 2023.

