Doenças Negligenciadas no Brasil: Quais São e Por Que Recebem Esse Nome?
Conheça as principais doenças negligenciadas que ainda afetam milhares de brasileiros e entenda por que elas recebem tão pouca atenção da saúde pública e da indústria farmacêutica
20/04/2025
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Apesar de afetarem milhões de pessoas no mundo — e especialmente no Brasil —, as chamadas doenças negligenciadas seguem fora dos holofotes da indústria farmacêutica e das grandes políticas de saúde pública. São enfermidades que atingem populações mais vulneráveis e, por isso, acabam recebendo pouca atenção em pesquisa, diagnóstico e tratamento.
Mas afinal, quais são as doenças negligenciadas no Brasil? E por que elas ainda são tão invisíveis?
O que são doenças negligenciadas?
O termo doenças negligenciadas é usado para descrever enfermidades infecciosas e parasitárias, predominantes em regiões de baixa renda, que recebem poucos investimentos em pesquisa, inovação e políticas públicas.
Essas doenças:
Afetam principalmente comunidades empobrecidas;
Têm impacto direto na qualidade de vida e na produtividade;
São tratáveis ou preveníveis, mas continuam presentes por falta de atenção governamental e farmacêutica
A negligência acontece porque não há retorno financeiro atrativo para grandes laboratórios, e os pacientes afetados não têm voz política nem acesso pleno ao sistema de saúde.
As principais doenças negligenciadas no Brasil
O Brasil, devido ao seu tamanho e diversidade socioambiental, concentra várias doenças negligenciadas, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e áreas rurais. As principais são:
1. Doença de Chagas
Transmissão pelo inseto “barbeiro” (Triatoma infestans), afeta o coração e pode levar à morte se não tratada. Estima-se que mais de 1 milhão de brasileiros vivam com a doença, muitos sem diagnóstico.
2. Leishmaniose (Tegumentar e Visceral)
Transmitida pela picada de flebotomíneos (mosquito-palha). A forma visceral pode ser fatal. Associada a condições de pobreza, desmatamento e habitação precária.
3. Esquistossomose
Também conhecida como “barriga d’água”, é causada por parasitas do gênero Schistosoma. A contaminação ocorre em água doce contaminada com caramujos hospedeiros.
4. Hanseníase
Embora curável, ainda há milhares de novos casos por ano no Brasil. O estigma e o diagnóstico tardio contribuem para sequelas graves e exclusão social.
5. Geo-helmintíases
Doenças causadas por vermes intestinais como ascaridíase, tricuríase e ancilostomíase. Afetam principalmente crianças em idade escolar, prejudicando o desenvolvimento físico e cognitivo.
6. Malária (em áreas tropicais)
Comum na região amazônica. Embora tenha campanhas de controle, a doença persiste com altos índices em algumas localidades.
Por que elas recebem esse nome?
O termo “negligenciada” vem justamente da falta de atenção política, científica e econômica que essas doenças recebem, mesmo sendo altamente prevalentes em países em desenvolvimento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera negligenciadas aquelas doenças que:
Afetam populações pobres;
Têm pouca visibilidade na mídia;
São ignoradas por grandes laboratórios farmacêuticos;
Possuem baixo incentivo para desenvolvimento de vacinas ou medicamentos modernos
Impacto silencioso, mas devastador
Apesar de silenciosas no noticiário, essas doenças causam:
Incapacidades físicas permanentes;
Estigmatização e exclusão social;
Queda no rendimento escolar e laboral;
Custos invisíveis ao sistema de saúde
Muitas vezes, a prevenção é simples e barata, mas falta estrutura, saneamento básico e campanhas de conscientização.
O que pode ser feito?
Investimento em pesquisa e inovação;
Fortalecimento da atenção básica à saúde;
Educação comunitária para prevenção e diagnóstico precoce;
Ampliação do acesso a medicamentos essenciais
Em Síntese
As doenças negligenciadas representam uma ferida silenciosa no sistema de saúde brasileiro. Elas escancaram as desigualdades sociais e exigem uma resposta mais firme do poder público e da sociedade. Conhecê-las é o primeiro passo para mudar essa realidade.
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