Erros de ortografia e pontuação em receitas médicas: quando a falha na escrita coloca o paciente em risco
Descubra como simples erros de escrita em prescrições médicas podem causar falhas no tratamento e até riscos graves à saúde
24/07/2025
3 min ler


A importância da clareza na prescrição médica
A prescrição médica é um dos pilares da prática clínica. Quando bem escrita, ela orienta com precisão o tratamento do paciente. Mas quando apresenta erros de ortografia, pontuação ou caligrafia ilegível, a receita médica pode se transformar em uma armadilha silenciosa.
Parece exagero? Não é. Um pequeno erro de vírgula ou uma letra mal interpretada pode causar uma reação adversa grave, o uso incorreto de um medicamento ou até mesmo a troca por outro remédio com nome parecido. E isso pode custar caro — à saúde e à vida do paciente.
Erros comuns: da ortografia à pontuação mal usada
Muitos profissionais da saúde, sob pressão de tempo e rotina intensa, acabam cometendo deslizes que passam despercebidos. Entre os erros mais frequentes nas prescrições médicas, destacam-se:
Palavras mal escritas: nomes de fármacos com grafia errada podem gerar confusão com outros medicamentos;
Falta ou excesso de pontuação: uma vírgula no lugar errado pode alterar completamente a posologia;
Uso de abreviações ambíguas: como “1x/dia” (uma vez ao dia) que pode ser interpretado como “vezes/dia”, sem clareza sobre o número;
Caligrafia ilegível: receituários manuscritos ainda são comuns e frequentemente são difíceis de decifrar;
Siglas e códigos internos: que só o próprio prescritor entende, deixando os demais profissionais à mercê da interpretação.
Os riscos reais para o paciente
A consequência direta desses erros é o aumento do risco para o paciente. Algumas das complicações possíveis incluem:
Troca de medicamentos por homônimos (ex: clorpropamida e clorpromazina);
Superdosagem ou subdosagem por erro de unidade ou pontuação;
Uso indevido de medicamentos controlados;
Reações adversas inesperadas;
Agravamento do quadro clínico por falha no tratamento.
Em ambientes hospitalares e farmácias, a interpretação errada de uma prescrição pode desencadear uma cadeia de eventos adversos, muitas vezes silenciosa e sem rastreabilidade imediata.
O papel dos profissionais da saúde na prevenção
Médicos, farmacêuticos e técnicos devem estar atentos a boas práticas de prescrição. Entre elas, podemos destacar:
Uso de prescrição eletrônica sempre que possível;
Revisão cuidadosa da receita antes de entregá-la ao paciente;
Evitar abreviações e siglas não padronizadas;
Escrever de forma legível, mesmo quando manuscrito;
Especificar claramente doses, horários, vias de administração e duração do tratamento.
Além disso, é essencial que os pacientes também perguntem e não tenham receio de esclarecer dúvidas com os profissionais da saúde. A comunicação entre prescritor, dispensador e paciente precisa ser direta e transparente.
Tecnologia e padronização como aliadas
O uso de sistemas digitais de prescrição (e-prescrição) tem contribuído significativamente para reduzir erros. A padronização de nomes comerciais e genéricos, dosagens e instruções já faz parte de muitos protocolos hospitalares.
Mesmo assim, o erro humano ainda pode ocorrer. Portanto, a alfabetização em segurança do paciente deve ser uma constante em cursos, treinamentos e no dia a dia das unidades de saúde.
Em Síntese: a escrita médica também salva vidas
Uma prescrição médica não é apenas um pedaço de papel — ela é parte essencial do cuidado. A forma como ela é redigida pode determinar o sucesso ou o fracasso de um tratamento.
Melhorar a qualidade da escrita médica é uma responsabilidade compartilhada entre médicos, farmacêuticos, instituições de saúde e também pacientes, que devem ser encorajados a questionar sempre que algo estiver confuso.
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