Gambiarras na Saúde: Por Que Alguns Profissionais Ignoram Protocolos, Bulas e Recomendações Técnicas?
Mesmo com normas claras, manuais disponíveis e protocolos bem estabelecidos, ainda é comum encontrar profissionais da saúde que optam por atalhos perigosos, improvisos e práticas fora das recomendações do fabricante. Neste artigo, entenda por que essa resistência acontece, quais os riscos envolvidos, e como isso afeta a segurança do paciente e a qualidade dos resultados clínicos
05/05/2025
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Apesar da vasta disponibilidade de manuais, protocolos clínicos e orientações de fabricantes, ainda é comum encontrar profissionais da saúde que insistem em "fazer do próprio jeito", mesmo quando isso coloca em risco a segurança do paciente ou compromete a eficácia de exames e tratamentos. Esse comportamento, muitas vezes mascarado como "experiência prática", é uma forma de gambiarra institucionalizada.
O Que São “Gambiarras” na Saúde?
No contexto da saúde, gambiarra vai além de uma solução improvisada: trata-se de atitudes sistemáticas que negligenciam normas técnicas, como:
Usar reagentes fora do prazo “porque ainda parecem bons”;
Desprezar bulas e instruções de uso de medicamentos e equipamentos;
Ignorar protocolos de coleta, armazenamento ou transporte de amostras;
Realizar adaptações em aparelhos ou materiais sem respaldo técnico;
Substituir insumos críticos por similares não recomendados;
Regular os níveis das soluções dos equipamentos com base em suposições, sem seguir as recomendações do fabricante ou critérios técnicos.
Por Que Profissionais Insistem Nessas Práticas?
Alguns dos principais motivos incluem:
Autoconfiança excessiva: o famoso “sempre fiz assim e deu certo”;
Falta de atualização profissional;
Cultura institucional permissiva ou negligente;
Pressão por produtividade a qualquer custo;
Desconhecimento sobre os riscos e as consequências legais;
Recusar sugestões de colegas por interpretar a colaboração como uma disputa de competência.
Quais São os Riscos das Gambiarras na Saúde?
As consequências podem ser graves, afetando diretamente:
A segurança do paciente: riscos de infecção, erro diagnóstico ou reações adversas;
A qualidade dos resultados laboratoriais e clínicos;
A rastreabilidade e validade de procedimentos em auditorias;
A reputação do profissional e da instituição;
Desvalorizar a não conformidade e o profissional que a fez, contribuindo para a repetição contínua do erro.
Além disso, não seguir recomendações técnicas pode configurar infração ética, sujeita a sanções pelos conselhos de classe.
A Importância de Seguir Protocolos e Documentações Oficiais
Manuais, bulas e instruções de uso não são burocracia, são ferramentas essenciais para:
Garantir a eficácia dos procedimentos;
Padronizar condutas e reduzir erros humanos;
Cumprir exigências de certificações (como ISO, PALC, ONA);
Resguardar legalmente o profissional diante de uma não conformidade.
Como Combater Essa Cultura de Improviso?
Investir em treinamentos contínuos com foco em boas práticas;
Promover cultura de segurança e responsabilidade técnica;
Estabelecer auditorias internas e indicadores de conformidade;
Reforçar que seguir o protocolo não é rigidez, é proteção.
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