Infecção das vias respiratórias inferiores na urgência: como identificar, diagnosticar e agir rapidamente?

Sinais de gravidade, diagnóstico rápido e manejo seguro na emergência

06/12/2025

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As infecções das vias respiratórias inferiores representam uma das causas mais frequentes de atendimento na urgência e estão entre os principais motivos de internação em adultos e crianças. Condições como pneumonia, bronquite aguda, bronquiolite e exacerbações da DPOC podem evoluir rapidamente, especialmente em pacientes vulneráveis. Por isso, identificar precocemente sinais de gravidade e realizar investigação adequada é essencial para garantir um atendimento seguro e eficaz.

Neste artigo, você vai entender a importância do diagnóstico precoce, os principais sinais de alerta e como deve ser conduzido o manejo desses pacientes na emergência.

O Que São Infecções das Vias Respiratórias Inferiores?

As infecções das vias respiratórias inferiores atingem traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões. Entre as mais comuns estão:

  • Pneumonia (bacteriana, viral ou fúngica);

  • Bronquite aguda;

  • Bronquiolite (mais comum em crianças);

  • Exacerbação de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC);

  • Infecções por vírus respiratórios (influenza, RSV, SARS-CoV-2).

Diferente das infecções das vias aéreas superiores, essas condições têm maior risco de complicações, como insuficiência respiratória e sepse.

Quando Suspeitar de Infecção Respiratória Inferior na Urgência?

Alguns sinais e sintomas são considerados red flags e devem acender o alerta imediatamente:

  • Tosse persistente ou produtiva;

  • Febre moderada a alta;

  • Dor torácica ao respirar;

  • Dispneia ou piora da falta de ar;

  • Taquipneia;

  • Cianose (lábios ou extremidades arroxeadas);

  • Queda da saturação de O₂;

  • Prostração ou alteração do estado mental;

  • Chiado, roncos ou estertores à ausculta**.

Pacientes idosos, diabéticos, cardiopatas, imunossuprimidos e crianças pequenas apresentam maior risco de evolução desfavorável.

Diagnóstico na Urgência: O Que Deve Ser Avaliado?

A avaliação deve ser rápida, direcionada e baseada em protocolos de segurança do paciente. Entre os principais pontos estão:

1. Exame clínico e ausculta pulmonar

Permeado por avaliação imediata de frequência respiratória, padrão ventilatório e uso de musculatura acessória.

2. Oximetria de pulso

Fundamental para detectar hipoxemia precoce.

3. Radiografia de tórax

Ajuda a confirmar pneumonia, atelectasias e hiperinsuflação pulmonar.

4. Exames laboratoriais

  • Hemograma;

  • Proteína C Reativa (PCR);

  • Procalcitonina;

  • Gasometria arterial (em casos moderados a graves);

  • Testes virais (Influenza, RSV, COVID-19).

5. Avaliação de risco

Ferramentas como CURB-65 e PSI auxiliam na decisão entre internação ou tratamento domiciliar.

Tratamento e Condutas na Urgência

O manejo varia conforme a causa:

Infecções bacterianas (ex.: pneumonia bacteriana)

  • Antibiótico empírico precoce;

  • Hidratação;

  • Oxigenoterapia se necessário.

Infecções virais

  • Manejo de suporte;

  • Potencial uso de antiviral, dependendo do caso (influenza, COVID-19).

Exacerbação de DPOC ou asma

  • Broncodilatadores;

  • Corticoides sistêmicos;

  • Oxigenoterapia controlada na DPOC.

Bronquiolite infantil

  • Suporte com hidratação e oxigênio;

  • Aspiração de vias aéreas se necessário;

  • Evitar antibiótico quando não há evidências de infecção bacteriana.

Sinais de Gravidade que Exigem Intervenção Imediata

  • Saturação < 92%;

  • Frequência respiratória elevada;

  • Sinais de esforço respiratório;

  • Hipotensão;

  • Confusão mental;

  • Apneia ou exaustão respiratória;

  • Lábios arroxeados;

  • Evidências de sepse.

Nesses casos, o encaminhamento para terapia intensiva pode ser necessário.

A Importância da Comunicação entre Equipes e da Segurança do Paciente

No ambiente de urgência, decisões rápidas precisam ser sustentadas por equipes bem treinadas, comunicação clara e protocolos rígidos. A cultura de segurança do paciente é fundamental para evitar erros como:

  • atraso no diagnóstico;

  • antibioticoterapia inadequada;

  • falhas na interpretação de exames;

  • negligência de sinais de gravidade.

O cuidado deve ser centrado no paciente e baseado em evidências.

Em Síntese

A infecção das vias respiratórias inferiores na urgência é uma condição que requer agilidade, precisão e avaliação criteriosa. O reconhecimento precoce, o diagnóstico estruturado e a conduta adequada são fundamentais para reduzir complicações e melhorar os resultados clínicos.

Profissionais que atuam na linha de frente devem estar atentos aos sinais de gravidade e adotar práticas seguras que priorizem o bem-estar do paciente.

📌 Cuide da sua saúde respiratória com informação segura

  • Aprenda a reconhecer sinais de alerta das infecções respiratórias inferiores.

  • Entenda quando buscar atendimento de urgência para evitar complicações graves.

  • Acompanhe conteúdos confiáveis sobre diagnóstico, exames, prevenção e manejo clínico.

  • Fique por dentro das melhores práticas de segurança do paciente no atendimento respiratório.

👉 Importante:

Este conteúdo tem finalidade educativa. Procure seu médico para avaliação clínica, diagnóstico correto e tratamento adequado.

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📚 Fontes

  • World Health Organization (WHO)Respiratory Infections Fact Sheets

  • Infectious Diseases Society of America (IDSA)Guidelines for Community-Acquired Pneumonia

  • American Thoracic Society (ATS)ATS/IDSA Guidelines for Management of Pneumonia

  • Centers for Disease Control and Prevention (CDC)Respiratory Illnesses Overview

  • SBPT – Sociedade Brasileira de Pneumologia e TisiologiaDiretrizes de Pneumonia Adquirida na Comunidade

Infecção respiratória inferior? Na urgência, cada minuto conta