Mpox: Do Fake News ao Estigma – Por Que Só Isso Gera Manchete?
Entenda como a desinformação e o preconceito em torno da Mpox ganham mais espaço que a prevenção e saiba por que é hora de mudar esse foco
29/04/2025
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Quando a Mpox (antiga varíola dos macacos) ganhou visibilidade mundial, o que se espalhou tão rapidamente quanto o vírus foram os boatos, preconceitos e desinformação. E, infelizmente, é o estigma — e não a prevenção — que costuma ganhar os holofotes.
Neste artigo, vamos analisar como a Mpox foi tratada pela mídia, os danos das fake news, o impacto social do estigma e o que realmente importa: informação clara e prevenção com base científica.
O que é Mpox e por que o nome mudou?
Mpox é o nome atualizado da doença antes conhecida como Monkeypox, causada por um vírus da família da varíola.
A mudança no nome, feita pela OMS, busca evitar associações ofensivas e estigmatizantes, especialmente com relação a grupos raciais e animais.
Ela se transmite principalmente por:
Contato direto com lesões ou fluidos corporais;
Objetos contaminados;
Gotículas respiratórias em proximidade prolongada.
Como o pânico tomou o lugar da prevenção?
Com o avanço da doença em 2022, as redes sociais foram tomadas por imagens alarmantes e manchetes sensacionalistas, o que gerou:
Medo exagerado da população;
Compartilhamento de fake news (como a associação com vacinas ou teorias conspiratórias);
Falta de foco nas orientações de prevenção.
Quando o pânico é maior que a informação, a saúde pública sofre.
Estigma: o segundo vírus que precisamos combater
A Mpox, em muitos países, foi associada exclusivamente a certos grupos populacionais, reforçando preconceitos e gerando discriminação.
Esse estigma provoca:
Vergonha em buscar atendimento médico;
Dificuldade de rastrear contatos e conter surtos;
Afastamento de comunidades vulneráveis do sistema de saúde;
Violações de direitos humanos.
Estigmatizar não protege — ao contrário, amplia o risco de contágio.
Por que a prevenção recebe menos destaque?
Curiosamente, o que mais protege não costuma viralizar. Enquanto fake news ganham likes, as campanhas educativas ficam invisíveis.
Mas a prevenção é simples:
Evitar contato com lesões ou secreções;
Higienizar objetos e superfícies;
Procurar diagnóstico em caso de sintomas;
Apoiar políticas públicas de monitoramento e vacinação.
Educação em saúde é a notícia que precisamos divulgar.
⚖️ LGPD e a exposição de pacientes: o cuidado com imagens importa
Em tempos de redes sociais e notícias virais, é comum o compartilhamento de imagens de pacientes com sintomas visíveis da Mpox.
No entanto, divulgar fotos sem consentimento é uma violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), além de ser antiético e desrespeitoso.
A LGPD garante que:
A imagem é um dado pessoal sensível;
Sua divulgação exige consentimento explícito e documentado;
O uso indevido pode gerar processos administrativos e judiciais contra profissionais ou instituições de saúde.
Mais do que legal, respeitar o direito à imagem é um dever humano e ético.
Compartilhar conteúdo informativo sem expor indivíduos é a melhor forma de educar sem ferir.
Em Síntese
A Mpox não deve ser motivo de alarde, mas sim de responsabilidade, empatia e informação qualificada.
Combater a desinformação e o estigma é tão essencial quanto o cuidado médico.
Porque notícia de verdade é aquela que salva vidas — e não aquela que espalha medo.
📢 Quer mais informações seguras e atualizadas sobre a Mpox?
Acesse o site oficial do Ministério da Saúde e confira orientações completas sobre sintomas, prevenção, tratamento e atualizações da doença.
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