Pessoas que Sentem Cheiro da Morte: Ficção ou Ciência?

Relatos reais de pessoas que afirmam detectar a morte pelo olfato — e o que a medicina tem a dizer sobre isso

26/07/2025

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O estranho fenômeno que intriga a medicina e a ciência forense

Imagine alguém afirmar com convicção que "sentiu o cheiro da morte" momentos antes de alguém falecer. Parece coisa de filme, superstição popular ou roteiro de série sobrenatural, certo? Mas, por trás desse relato inquietante, existem casos reais, estudos científicos e explicações possíveis sobre como o olfato humano pode detectar alterações químicas associadas à morte ou ao processo de morrer.

O que significa “cheiro da morte”?

O chamado "cheiro da morte" é descrito como um odor característico, difícil de comparar com qualquer outro. Algumas pessoas relatam algo semelhante a carne crua, ferro, sangue envelhecido ou até mesmo um ar doce e enjoativo misturado a mofo. Esse fenômeno tem sido relatado por:

  • Profissionais de saúde e cuidadores de pacientes terminais;

  • Agentes funerários e da perícia criminal;

  • Pessoas comuns que convivem com parentes próximos nos últimos dias de vida.

Mas a questão persiste: existe realmente um cheiro associado à morte iminente?

O que a ciência diz sobre isso?

1. Composição química do corpo em falência

Antes da morte, o corpo entra em um estado de falência orgânica múltipla. Durante esse processo, há liberação de compostos orgânicos voláteis (VOCs), como:

  • Putrescina;

  • Cadaverina;

  • Amônia;

  • Sulfetos e aminas.

Estes compostos estão presentes principalmente após o óbito, mas podem começar a ser liberados ainda em vida, especialmente em doenças graves como câncer, insuficiências hepáticas e infecções sistêmicas.

Estudos de necroquímica e ciência forense mostram que esses compostos têm odores fortemente perceptíveis, mesmo em pequenas concentrações, e podem ser notados por pessoas com sensibilidade olfativa maior que a média.

2. Pessoas com olfato aguçado ou sinestesia olfativa

Alguns indivíduos possuem uma condição chamada hiperosmia, uma sensibilidade exacerbada a odores. Outras apresentam sinestesia olfativa, um fenômeno neurológico onde estímulos sensoriais se cruzam — como ver cores ou sentir cheiros diante de emoções ou situações específicas.

Há registros de enfermeiros, médicos e cuidadores que, ao longo dos anos, desenvolveram a habilidade de “prever a morte” com base em um cheiro específico — geralmente descrito como “doce azedo” ou “metálico em decomposição”. Ainda que não comprovado de forma definitiva, há uma linha de pesquisa neurocientífica investigando essa percepção como um “sexto sentido biológico” real.

3. Fatores psicológicos e culturais

Em muitas culturas e religiões, o “cheiro da morte” é associado ao espiritual ou místico. No entanto, o cérebro humano é altamente influenciado por crenças e experiências anteriores, o que pode reforçar ou até induzir a percepção de um cheiro inexistente (fenômeno chamado olfactory hallucination).

Portanto, o "cheiro da morte" pode ser tanto uma experiência objetiva (baseada em substâncias reais), quanto subjetiva (induzida por emoção, memória ou expectativa).

Casos famosos e curiosidades

  • Peritos criminais relatam ser possível identificar cadáveres em decomposição mesmo a centenas de metros de distância, pela liberação de putrescina e cadaverina;

  • Cães farejadores são treinados para detectar corpos humanos a partir do cheiro liberado por tecidos em deterioração — inclusive antes do óbito, em casos de ferimentos graves ou câncer terminal;

  • Uma cientista escocesa, Joy Milne, ganhou notoriedade ao relatar que conseguia “sentir” o Parkinson em seu marido por meio de um cheiro diferente — o que foi confirmado em estudo da Universidade de Manchester. Ela agora colabora com pesquisas olfativas na detecção de doenças.

Então… é possível “sentir a morte chegando”?

A resposta científica mais cautelosa é: sim, em alguns casos — mas não é sobrenatural.

O olfato é um dos sentidos mais poderosos, embora muitas vezes negligenciado. Ele pode captar alterações químicas corporais sutis, seja por doenças, falência orgânica ou mesmo por stress metabólico extremo antes da morte.

Embora a percepção do "cheiro da morte" ainda seja considerada um tema limítrofe entre ciência, intuição e emoção, cada vez mais estudos estão tentando compreender como o olfato pode ser um aliado silencioso no diagnóstico, na previsão clínica e até no cuidado humanizado.

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Alguns afirmam: é possível sentir o cheiro da morte antes que ela chegue