“Sempre fiz assim e deu certo”: o perigo de ignorar evidências e protocolos de segurança na área da saúde
Na saúde, ignorar evidências científicas, negligenciar eventos adversos e resistir à atualização de práticas coloca em risco não apenas o paciente, mas também toda a equipe envolvida no cuidado
15/07/2025
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A frase “sempre fiz assim e sempre deu certo” é muito comum no ambiente de trabalho, especialmente entre profissionais da área da saúde com anos de experiência. À primeira vista, ela pode parecer inofensiva — uma forma de reafirmar confiança na prática adquirida ao longo do tempo. No entanto, essa mentalidade pode ser perigosa e até mortal quando aplicada em ambientes que lidam diretamente com vidas humanas.
A ilusão da experiência como escudo
A experiência é valiosa, mas quando ela se sobrepõe ao uso de evidências científicas, protocolos atualizados e medidas de segurança, abre-se espaço para falhas graves. Muitos erros em hospitais, laboratórios e clínicas não ocorrem por falta de conhecimento técnico, mas por resistência à mudança ou pela repetição automática de condutas obsoletas.
Um exemplo clássico é o não uso de checklists em cirurgias, onde a rotina "de sempre" pode ignorar pequenos detalhes que evitariam erros evitáveis. Outro é a negligência em revisar bulas atualizadas, interações medicamentosas ou novos alertas sanitários.
Eventos adversos e a cultura da negação
Quando algo dá errado, muitos profissionais tentam justificar com o famoso: “Mas eu sempre fiz assim e nunca deu problema.” O problema é que não ter acontecido antes não significa que seja seguro. A ausência de incidentes pode ser sorte, e não sinal de boa prática. Essa lógica desconsidera o papel fundamental da segurança baseada em evidências, da gestão de riscos clínicos e da vigilância contínua.
Além disso, o medo de assumir falhas ou mudanças reforça uma cultura de negação, onde a atualização científica e os alertas de eventos adversos são ignorados, e os erros continuam se repetindo, muitas vezes silenciosamente.
Atualização constante: um dever ético
Na saúde, atualizar-se não é uma opção, é um compromisso ético. Cada nova diretriz, artigo científico ou protocolo revisado traz consigo a chance de salvar mais vidas, reduzir danos e oferecer um cuidado mais seguro.
Mais do que confiar no que sempre deu certo, é preciso perguntar: “Será que ainda é a melhor forma de fazer?”
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