Tomografia com contraste: paciente morre após choque anafilático
Reação grave ao meio de contraste usado em exame de tomografia resulta em choque anafilático fatal, levantando alerta sobre riscos e prevenção
23/08/2025
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Caso ocorrido
Uma jovem de 21 anos, identificada como Letícia Paul, faleceu em Santa Catarina depois de sofrer um choque anafilático durante a realização de uma tomografia com contraste no Hospital Regional de Rio do Sul, no Vale do Itajaí.
Testemunhas relatam que Letícia passou mal ainda dentro do equipamento e sofreu parada cardíaca. Apesar das tentativas de reanimação e da intubação, ela não resistiu e morreu em menos de 24 horas.
O que é contraste utilizado em exames de imagem?
Os meios de contraste são substâncias químicas — geralmente à base de iodo, bário ou gadolínio — utilizadas para aprimorar a visualização de órgãos, vasos sanguíneos e tecidos em exames como tomografia, ressonância magnética ou radiografia. Esses agentes destacam detalhes invisíveis e ajudam na detecção de tumores, inflamações e obstruções.
Riscos e reações adversas
Embora seguros na maioria dos pacientes, os contrastes podem provocar reações adversas. Os sintomas variam de leves a graves:
Leves (até ~3%): náusea, calor, coceira, urticária;
Graves (raras, entre 0,01% e 0,04%): broncoespasmo, edema de glote, choque anafilático — reação potencialmente fatal.
Fatores de risco
Pacientes com histórico de alergias, especialmente respiratórias como asma, ou sensíveis a iodo (como presente em frutos do mar), estão mais predispostos a essas reações adversas.
Medidas de segurança necessárias
Especialistas recomendam algumas ações preventivas fundamentais:
Triagem clínica antes do exame: identificar alergias, doenças renais ou cardíacas e uso de medicamentos;
Preparo da equipe médica: ter à disposição adrenalina, corticoides, anti-histamínicos e suporte ventilatório imediato;
Cuidados pós-exame: manter hidratação intensa para facilitar a eliminação do contraste pelos rins. Em caso de complicações renais, seguir protocolo médico específico;
Alternativas seguras: para pacientes de alto risco, é possível recorrer a exames sem contraste ou usar pré-medicação (corticoides e anti-histamínicos) para reduzir os riscos.
Em Síntese
Casos como o de Letícia Paul, embora raros, destacam a importância de protocolos rigorosos de segurança nos exames com contraste. Triagem clínica adequada, preparo da equipe médica e alternativas apropriadas são essenciais para prevenir tragédias.
✅ Checklist: Segurança em exames de tomografia com contraste
📌 Antes do exame
Informar ao médico sobre alergias conhecidas (iodo, frutos do mar, medicamentos);
Relatar histórico de asma, doenças cardíacas ou renais;
Avisar sobre o uso de medicamentos contínuos (metformina, anti-hipertensivos, etc.);
Avaliar se há alternativas ao exame sem contraste em pacientes de risco.
💉 Durante o exame
Garantir que a equipe médica esteja com adrenalina, corticoides e anti-histamínicos disponíveis;
Monitorar sinais vitais do paciente durante a aplicação da substância;
Usar protocolos de emergência em caso de reação adversa imediata.
💧 Após o exame
Manter hidratação adequada para ajudar na eliminação do contraste pelos rins;
Observar sinais de reação tardia: falta de ar, inchaço, coceira intensa;
Procurar atendimento médico imediato em caso de sintomas suspeitos.
⚠️ Pontos de atenção
Reações leves são mais comuns (náusea, urticária);
Reações graves são raras (0,01% a 0,04%), mas podem incluir choque anafilático;
Pacientes de risco podem receber pré-medicação com corticoides e anti-histamínicos.
Nota:
Apesar de seguros na maioria dos casos, exames com contraste exigem atenção e protocolos de segurança rigorosos. Identificar fatores de risco e agir preventivamente pode salvar vidas.